Historial da Banda de Freixo de Espada à Cinta
Não se sabe com certeza absoluta em que ano foi criada a Banda de Freixo de Espada à Cinta. Todavia, apesar das dúvidas, pode-se dizer com relativa segurança que ela começou a dar os primeiros sons há 150 anos. A paixão pela música de um antigo professor primário, que à época leccionava em Freixo de Espada à Cinta levou a que se criasse a primeira banda de música.
Este esforço e dedicação seria prejudicado quando o Prof. Borges, por força do exercício da profissão se vê obrigado a abandonar Freixo e ir para Ligares.
Sobre a actividade da Banda durante este período nada mais se sabe.
Mais tarde, a abnegação do Mestre Gata e do Sr. Viriato, leva a que a Banda ressurja, e se mantenha durante muitos e largos anos. Foram estas duas pessoas que apegadas a um grande sentimento por Freixo, e lutando contra todas as adversidades “levantaram” de novo a Banda.
Responsabilizaram-se pela formação dos músicos, e trilharam todos os caminhos para angariar o imprescindível financiamento. Perante este esforço, a Banda continuou a tocar durante muitos anos, até que o desaparecimento desses bons Freixenistas provocou o fim da Banda. Mas não definitivo. Chegados a 1978, dá entrada no Cartório Notarial de Freixo de Espada à Cinta a formalização da Associação Recreativa e Cultural da Banda de Música de Freixo de Espada à Cinta. Estava lançada uma pedra importante para o relançamento da Banda.
Contratam-se Maestros e músicos. Simplesmente, a boa vontade dos novos rostos que dirigiam a colectividade não foi suficiente para alicerçar este projecto. A falta de dinheiro e o fatal desaparecimento dos dois principais responsáveis pela Banda provoca, de novo, outra paragem. Teríamos que esperar pelo ano de 1994 para que a Banda de Música ressuscitasse e se erguesse de novo. Começava um novo ciclo, até chegar ao ambiente imparável que hoje a Banda vive!
Actualmente, a Banda de Música conta com cerca de meia centena de músicos e um reportório suficiente para se prolongar para lá das 24 horas que tem o dia! Mas não se pense, que este intenso e árduo trabalho, foi conseguido à custa da sorte! O sucesso explica-se. E cultiva-se.
Desde logo pela autêntica “família” que constitui a Banda. Aliás, esta particularidade (diz quem sabe) é assiduamente referida por quem aprecia os ensaios, ou os concertos que a Banda dá.
Uma “família” que foi conduzida por vários maestros, nomeadamente, Manuel Carvalho, Carlos Leal, Marco Maia, Nuno Madureira, Joel Monteiro, Dino Gabriel, sendo este um músico da terra que nasceu no seio da banda, e actualmente é dirigida pelo Maestro Orlando Rocha. À excepção dos dois primeiros todos os outros maestros são pessoas jovens que incutiram uma nova dinâmica e trouxeram novas metodologias a uma banda em que os seus executantes são maioritariamente jovens de 12 a 27 anos.
Também é digno de referir que a banda possui desde de 2006 uma escola de música digna do nome em que se encontram cerca de 40 jovens que estão a ter o seu primeiro contacto com a música e que são a garantia da continuidade da banda.
Talvez seja pelo ambiente de companheirismo que se vive na Banda, pela forma como se ensina, pelo brilho que faz com que a Banda de Freixo seja cada vez mais solicitada, que não é preciso pôr em qualquer jornal: “músico precisa-se”. A oferta aparece de forma espontânea.
Mas voltando à Banda. Quem pode ter o privilégio de se sentar numa das 50 cadeiras à disposição dos músicos?
Qualquer pessoa, seja jovem ou menos jovem. Seja rapaz ou menina. A prova aí está!
É esta a radiografia de uma Associação que constitui uma glória para todos os Freixenistas, e que já levou o nome de Freixo ao programa Praça da Alegria, ao Olá Portugal, Verão Total a partir da grandiosa Praça Jorge Alvares de Freixo de Espada à Cinta, a França (Troyes), a vários encontros de Bandas Filarmónicas, na Semana Santa de Vitigudino (Província de Salamanca) e no Carviçais Rock, sempre que foi solicitada
Palavras para quê?
É a Banda de Freixo a tocar desde há 150 anos.